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Haras do Tenente

No século XVIII, em 1852, na bucólica região, nasceu um homem que viria a ser conhecido como “Tenente Cassiano”. Embora não tenha trilhado a carreira militar como tenente, ele ostentava tal título, uma prática comum entre os grandes fazendeiros e senhores de engenho do Império. Suas vastas terras na área agora chamada de “Cachoeira” tornaram-se o lar de sua família. Ali, ergueu o “Retiro”, uma sede de produção de leite, marcando o local que hoje conhecemos como Haras do Tenente. Em 1946, o destino da fazenda passou para as mãos de Josias Ferreira de Rezende, recentemente casado na época. Ele adquiriu a parte da fazenda herdada do Tenente Cassiano, transmitida ao filho deste, “Zequinha”. Foi nessa propriedade que Josias cresceu, uma ligação tão profunda com o lugar que seu próprio umbigo foi enterrado no mourão da porteira, um testemunho visceral de sua conexão com aquelas terras. Após o falecimento de seu pai em junho de 2011, a fazenda tornou-se seu legado por herança.

A família Rezende tinha uma tradição notável como muladeiros, uma herança transmitida por seu avô, Antonio Ferreira de Andrade, e compartilhada com seus irmãos Juscelino, Arthur, Neca, e outros parentes, todos criados nas terras férteis de Passa Tempo/MG, um dos berços da Raça Pêga. Para Josias, criar jumentos, cavalos e muares não era apenas um negócio; era um resgate do passado que fluía em suas veias. Desde a infância, montar cavalos e mulas era mais que uma atividade; era uma tradição profundamente enraizada em sua identidade. Essa tradição da Haras do Tenente não é apenas um legado para ele, mas uma herança que guarda com reverência. Cada casco batendo nas terras da fazenda ecoa a tradição ancestral de sua família. A continuidade dessa linhagem como criador é um prazer imenso para Josias, uma honra que ele sabe que seu pai observa com satisfação, esteja onde estiver. Antonio Adoverlino Andrade, como guardião dessa herança, encontra grande alegria em preservar e dar continuidade a essa tradição, honrando o legado de seus antepassados e mantendo viva a conexão com as raízes profundas de sua família. Cada relinchar dos cavalos, cada passo firme dos mulas, é uma homenagem a uma tradição que perdura no tempo, enraizada na terra que chamam de lar.

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